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sexta-feira, 20 de março de 2020

TOP TEN 2010s: os melhores filmes da década para encarar a quarentena




Nos primeiros dias deste 2020, enquanto aproveitávamos o nosso merecido descanso na praia (sem sequer cogitarmos que dali a pouco seríamos paralisados por uma pandemia assustadora), minha amiga Florencia Gil, seu marido Paul Iserentant e eu tivemos um desses momentos de reclusão compulsória: uma única tarde chuvosa, porém suficientemente longa para nos fazer buscar uma distração para vencer o tédio. 

Como não somente trabalhamos com Cinema (Flor é Sales Executive no mercado europeu e Paul é produtor), mas também somos cinéfilos, e como eles tinham trazido na mala a edição de dezembro da Cahiers Du Cinéma que estampava em sua capa a lista dos Melhores da Década de 2010, decidimos fazer também a nossa própria seleção das experiências audiovisuais mais marcantes dos últimos 10 anos.

Levamos a tarde inteira neste mergulho... Confesso que levei um pouco mais, pois hesitava mil vezes cada vez que tinha que cortar da lista alguma das tantas obras lindas a que assisti em prol de manter outras de maior impacto emocional. Flor, no entanto, terminou rápido e logo já estava brincando com o filhinho deles, o pequeno Samuel que no dia seguinte completaria 3 aninhos. Após concluídas as listas e superado o tédio, lemos os resultados uns pros outros e demos a tarefa por encerrada. Dias depois, voltei pra casa e eles pra deles, em Paris, e o resultado acabou esquecido nos cantos das nossas malas, celulares e gavetas. 


Apesar de ter sido exibida como série de TV, Twin Peaks - The Return
foi concebida por David Lynch como um longo filme de 18 horas.


Agora, porém, em pleno período de reclusão necessária e quarentena obrigatória em parte do mundo, muitos andam buscando dicas de filmes e séries para passar o tempo e eliminar o tédio. Assim, tenho pensado cada vez mais nas nossas deliciosas e por vezes ousadas escolhas. E inclusive na agradável coincidência que incluiu, dentre dezenas de produções citadas, um único filme que consta nas quatro listas – nas nossas três e também na da Cahiers Du Cinéma (para ver os filmes eleitos pela renomada publicação, CLIQUE AQUI). 

Assim, considerando a necessidade que originou esta empreitada e a situação atual que estamos vivendo, aí vão as nossas listas. Quem anda entendiad@ com a clausura imagino que vá precisar – infelizmente por longas semanas ainda – de dicas como estas feitas não só por quem conhece e trabalha com, mas por quem AMA Cinema.


Bom proveito!


PS¹: tenho outros cinco filmes que ficaram de fora da minha lista; Paul tem mais dois. Quem quiser saber quais são, me pergunta Inbox pelas redes sociais;

PS²: alguns poucos títulos que não foram lançados no mercado brasileiro estão com o título original.



Dos 26 filmes que constam nas três listas, 5 são produções da
America do Sul, dentre elas Ausente, drama de Marco Berger.



DIONES CAMARGO (dramaturgo e roteirista) 


1 - Twin Peaks - The Return (2017), de David Lynch

2 - A Grande Beleza (2013), de Paolo Sorrentino

3 – A Árvore da Vida (2011), de Terrence Malick

4 - Sob a Pele (2013), de Jonathan Glazer

5 - A Separação (2011), Asghar Farhadi

6 - Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016), de Barry Jenkins

7 - O Abraço da Serpente (2015), de Ciro Guerra

8 - Trama Fantasma (2017), de Paul Thomas Anderson

9 - Ausente (2011), de Marco Berger

10 - Que Horas Ela Volta (2015), de Anna Muylaert



D@s 27 diretores e diretoras citados/as, apenas o colombiano Ciro 
Guerra aparece com dois títulos diferentes: O Abraço da Serpente 
Pássaros de Verãoeste último codirigido com Cristina Gallego.



FLORENCIA GIL* (Executiva de Vendas na distribuidora Indie Sales / Paris, França)

*sem ordem de preferência


- Mommy (2014), de Xavier Dolan

- Indomável Sonhadora (2012), de Behn Zeitlin

- O Lobo de Wall Street (2013), de Martin Scorsese

- Sob a Pele (2013), de Jonathan Glazer

- Drive, (2011), de Nicolas Winding Refn

- A Vida Invisível (2019), de Karim Aïnouz

- Parasita (2019), de Bong Joon-Ho

- Spring Breakers: Garotas Perigosas (2012), de Harmony Korine

- Pássaros de Verão (2018), de Cristina Gallego & Ciro Guerra

- Azul é a Cor Mais Quente (2013), de Abdellatif Kechiche



Dos 26 títulos escolhidos, somente 1 aparece nas três listas: Sob a Pele,
mistura de Sci Fi e thriller protagonizado por Scarlett Johansson.



PAUL ISERENTANT (Produtor e Diretor de Produção - Orfeu Productions / Paris, França)


1 - Sob a Pele (2016), de Jonathan Glazer 

2 - Holy Motors (2012), de Leos Carax 

3 - Certo Agora, Errado Antes (2015), de Sang-Soo Hong 

4 - O Lobo de Wall Street (2013), de Martin Scorsese 

5 - Réalité (2014), de Quentin Dupieux 

6 - As Mil e Uma Noites – Vol. 1, 2 e 3 (2015), de Miguel Gomes 

7 - Um Toque de Pecado (2013), de Zhangke Jia 

 8 - Melancolia (2011), de Lars Von Trier 

 9 - Indomável Sonhadora (2012), de Behn Zeitlin 

 10 - Faca no Coração (2018), de Yann Gonzales



Dos 26 filmes eleitos, dois deles são produções brasileiras: Que Horas
Ela Volta
, de Anna Muylaert, e A Vida Invisível, de Karim Aïnouz. 



segunda-feira, 27 de maio de 2019

RETROSPECTIVA: em seu 1ª ano, “A Mulher Arrastada” realizou feito até então inédito no teatro gaúcho

No último sábado, 25/05, enquanto se apresentava para uma plateia lotada no Festival Palco Giratório Sesc do RJ, a peça A Mulher Arrastada completava exato um ano de estrada. Produção independente idealizada pelo dramaturgo e roteirista Diones Camargo em parceria com a encenadora Adriane Mottola e a atriz Celina Alcântara, e realizada através de investimento pessoal e colaboração de apoiadores do projeto, a montagem estreou - a convite de Jane Schoninger, curadora e coordenadora de Artes Cênicas do Sesc RS - na programação do 13º Palco Giratório RS na noite de 25 de maio de 2018. De lá para cá, esta peça-manifesto vem conquistando reiterados elogios do público e da crítica, e matérias nos principais jornais e sites do país (para ler trechos de algumas das críticas publicadas, CLIQUE AQUI).

A Mulher Arrastada é a primeira peça gaúcha a, já no seu primeiro ano,
receber os principais prêmios de teatro do RS, circular o país através do
Palco Giratório Nacional e participar de oito mostras e festivais
no Brasil e no exterior. Crédito da foto: Sabrina Marthendal

Na noite em que completou um ano da estreia, a peça teve o seu maior
público até o momento: aproximadamente 140 espectadores que
lotaram o Espaço Cultural Escola Sesc de Ensino Médio
(ESEM) no RJ. Crédito da imagem: Ludmila Teixeira

Registro da apresentação do último sábado, 25/05, no Espaço Cultural
Escola Sesc - ESEM, no Festival Palco Giratório Sesc RJ. Exatos
12 meses antes, a peça fez sua estreia no Palco Giratório Sesc RS.

Somado a estas conquistas, desde início de abril A Mulher Arrastada detém um título inédito nunca antes alcançado por um espetáculo gaúcho: 

o de ser a única montagem do RS a receber os dois principais prêmios de teatro do RS (Melhor Espetáculo no Braskem Em Cena e no Açorianos de Teatro) e também ser selecionada para itinerar pelo país através do Palco Giratório Sesc – Circuito Nacional. Além disso, nesses curtos 12 meses de trajetória o espetáculo já participou de 8 importantes festivais e mostras tanto no Brasil quanto exterior, das quais se destacam o Porto Alegre Em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas, em setembro do ano passado, o Crítica Em Movimento: Presente, no Itaú Cultural SP, em outubro, e o 8º Festival Internacional Santiago OFF, no Chile, em janeiro deste ano.

Poucos meses após estrear, A Mulher Arrastada foi convidada para
importantes mostras no Brasil e no exterior. Foto: Regina P. Protskof 



Selecionada para o Palco Giratório Sesc 2019 - Circuito Nacional,
 A Mulher Arrastada se tornou a 1ª montagem do RS a receber os dois
principais prêmios do teatro gaúcho e a circular pelo país através do Sesc.

Escrita em 2016, A Mulher Arrastada aborda a execução de Cláudia Silva Ferreira, mulher negra, pobre, 38 anos, mãe de quatro filhos biológicos e quatro adotivos que foi brutalmente alvejada pela Polícia Militar ao sair de casa no Morro da Congonha (RJ), para comprar pão para sua família; após os tiros, ela teve seu corpo arrastado ainda com vida, em meio ao tráfego da capital fluminense, sob o olhar horrorizado de motoristas e pedestres. Nesta reconstrução para a cena, a peça mostra a figura trágica de Cláudia reivindicando o que havia sido apagado durante a cobertura jornalística do caso: o seu próprio nome, substituído pela impessoal, violenta e cruel alcunha de “Mulher Arrastada”. Além dos idealizadores do projeto, a montagem do texto contou também com a participação de renomados artistas da capital gaúcha, tais como as artistas visuais Isabel Ramil e Zoé Degani, o músico Felipe Zancanaro, o iluminador Ricardo Vivian, a fotógrafa Regina Peduzzi Protskof e a produtora Luísa Barros.

Matéria publicada em 19/05 na versão impressa do jornal
O Globo comentando a apresentação que ocorreria no RJ dali
a poucos dias. Para ler em versão online, CLIQUE AQUI.

Além dos dois prêmios de Melhor Espetáculo, a montagem levou também outros 4 prêmios: o Braskem Em Cena de Melhor Atriz 2018 (Celina Alcântara), os Açorianos de Teatro de Melhor Atriz e Melhor Iluminação 2018 (Ricardo Vivian), e o Prêmio RBS TV de Melhor Espetáculo 2018. Também foi indicada ao Prêmio Açorianos de Melhor Direção (Adriane Mottola) e Melhor Dramaturgia para Diones Camargo, que assina a realização do projeto.

A Mulher Arrastada voltará a cartaz em Porto Alegre em junho de 2019.

Eleita como Melhor Espetáculo 2018 e Melhor Atriz no 25º Porto Alegre
Em Cena - Festival Internacional de Artes Cênicas, a peça recebeu também
outros 4 prêmios, incluindo mais dois de Melhor Espetáculo 2018.


sábado, 20 de abril de 2019

"A Mulher Arrastada" inicia itinerância pelo país


Palco Giratório Sesc 2019 - Circuito Nacional (1ª ETAPA - SC)

de 20/04 a 07/05


A elogiada peça-manifesto A Mulher Arrastada começa hoje oficialmente sua circulação pelo país através do Palco Giratório Sesc 2019 - Circuito Nacional. A primeira apresentação será no Teatro Sesc Concórdia/SC (Rua Romano Anselmo, 620 - Centro - Tel: 49 3442 0303), às 20h, e terá entrada gratuita. Com 30 apresentações previstas até o final de novembro, a montagem percorrerá um total 28 cidades de 10 estados brasileiros.

Cena de A Mulher Arrastada. Crédito da foto: Regina Peduzzi Protskof

Principal vencedora no Prêmio Braskem Em Cena 2018 do Festival Porto Alegre Em Cena, quando levou os prêmios de Melhor Espetáculo pelo júri oficial e Melhor Atriz (Celina Alcântara), a peça-manifesto foi novamente a mais premiada do Prêmio Açorianos de Teatro 2018, agraciada com os troféus de Melhor Espetáculo, Melhor Atriz (Celina Alcântara), Melhor Iluminação (Ricardo Vivian), além do Prêmio RBS TV de Melhor Espetáculo de 2018.

Para visualizar o catálogo completo do Palco Giratório Nacional 2019,
CLIQUE AQUI.

O Palco Giratório Sesc é o maior projeto de artes cênicas da América Latina que há 22 anos traz ações formativas e espetáculos de teatro, circo e dança para todas as idades. O projeto possui reconhecimento internacional pela qualidade dos trabalhos, pela diversidade de público e de espetáculos, e pela extensa abrangência das ações que atende a todas as regiões do Brasil. Com uma programação anual escolhida através de curadoria formada por 33 profissionais do Sesc, os trabalhos são selecionados a partir de critérios como diversidade de linguagem, regiões do país, faixa etária e trajetória dos artistas, e buscam mapear questões e tendências latentes no contexto atual das artes cênicas do Brasil. Além de SC, as apresentações dos grupos passam pelo DF, MG, RJ, ES, MG, AM, PR, SP, RO, PI, RS, CE, GO, AL e PB. Nesta edição, A Mulher Arrastada viajará ao lado de montagens de outros 19 grupos de diversos estados, entre eles outros dois do RS.

Para mais informações sobre a peça-manifesto A Mulher Arrastada,
CLIQUE AQUI.

Paralelo aos espetáculos, o Palco Giratório - Circuito Nacional promove também ações formativas a partir de técnicas e processos criativos dos grupos que integram o projeto. São elas: OFICINAS, atividades abertas para todo tipo de público e não apenas para os que possuem formação artística; INTERCÂMBIO, encontro entre um grupo do Palco Giratório e um grupo local para troca de ideias, experiências, técnicas, metodologias e processos criativos; PENSAMENTO GIRATÓRIO, momento para reflexão e discussão aberta ao público que conta com a participação de um grupo do Palco Giratório e de um convidado especial para uma mesa-redonda. No projeto de A Mulher Arrastada, estão previstas, além das outras atividades, três oficinas: Intersecções – A Palavra que Atravesssa o Espaço e Abre Rachaduras, ministrada pelo autor da peça e realizador do projeto Diones Camargo, Experimentação Sonora, orientada pelo músico e autor da trilha original da montagem, Felipe Zancanaro, e Cartografia Periférica: Relações e Aproximações entre a Cartografia, a Cidade e o Ator, ministrada por Pedro Nambuco, intérprete do policial na montagem.

Confira abaixo as datas, horários e locais das apresentações e das atividades paralelas desta primeira etapa que inclui 8 cidades de Santa Catarina:

Para mais informações sobre as atividades formativas, CLIQUE AQUI.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Crítica de "A Mulher Arrastada" publicada no Chile

Às vésperas de iniciar sua circulação pelo Brasil através do projeto Palco Giratório Sesc 2019 - Circuito Nacional, eis uma crítica da peça-manifesto A Mulher Arrastada publicada pela REVISTA DE LA SOCIEDAD DE AUTORES TEATRALES DE CHILE.

A atriz Celina Alcântara durante uma das apresentações no festival
do Chile. Crédito da Foto: Regina Peduzzi Protskof


UNA Y TODAS LAS MUJERESpor Guillermo Pallacán*


Quando se pierde la categoría e identidad del ser, la condición humana retrocede a la época cavernaria. Con la celebración del día internacional de la Mujer el día 8 de Marzo, se han ido conociendo innumerables casos de violencia en contra de las mujeres, a lo que el teatro ha respondido escenificando casos emblemáticos que han sucedido en Latinoamérica. 

Pero ellas han sabido responder dando batalla para visibilizar sus derechos. El Festival Internacional de Artes Escénicas Santiago OFF, destaca por la venida de obras de otras realidades escénicas. Una de ellas es A Mulher Arrastada, venida de Brasil; nos habla de las consecuencias trágicas que la pobreza y el color de piel condenan al olvido, a la desaparición, y la nula solidaridad, cuando estas sufren una desgracia. La anécdota es simple: en el año 2014 en Rio de Janeiro, Brasil, una mujer negra madre de 8 hijos entre naturales y adoptados, es violentada y muerta por la policía militar al salir de su casa y arrastrada por el pavimento desde un vehículo, bajo la mirada de peatones y conductores que no hacen nada. 

El tema ha sido recurrente en la dramaturgia latinoamericana en innumerables ocasiones y con distintos tratamientos. La compañía encargada de llevar a escena esta anécdota, se vale por una puesta en espacios no tradicionales donde el público es arrastrado a seguirlos por tres estaciones escénicas para conocer el desarrollo de la historia. 

La actuación del actor Pedro Nambuco, genera inquietud y escalofríos al desafíar al público como una autoridad sin contrapeso ni oposición abusando a diestra y siniestra de la mujer. Respecto a la actriz Celina Alcántara, que asume el rol de la mujer maltratada, dándole vida con una convicción y credibilidad que confunde mimetizando realidad de ficción. La dirección de Adriane Mottola, al optar levantar la historia, escrita por Diones Camargo, en espacios escénicos no tradicionales y de circulación cotidiana para el público, le otorga una fuerza y brutalidad que conmueve la racionalidad intelectual. 

Concebida para ser apresentada em espaços alternativos, a encenação
de Adriane Mottola destaca-se pelo uso primoroso dos recursos cênicos.
Crédito da Foto: Regina Peduzzi Protskof

Las víctimas en Latinoamérica destinadas al maltrato físico tienden a desaparecer bajo un elaborado sistema judicial kafkiano, que se agudiza aún después de muerta, por no poseer recursos económicos para defender su calidad de ser humano. 

Ganadora de los premios Mejor espectáculo y Mejor actriz en los Premios Braskem, del 25° Porto alegre en escena. Esta obra-manifiesto propone una reflexión acerca de la barbarie a la que la población periférica de Brasil es sometida diariamente. 

Por sua elogiada atuação, Celina Alcântara venceu os prêmios Braskem
Em Cena e Açorianos de Teatro na categoria Melhor Atriz 2018.
Crédito da Foto: Regina Peduzzi Protskof   

En otro plano y siempre en el marco del Festival Santiago OFF, otra obra que llamó la atención es La Voluntad, de la compañía argentina César Brie. Aquí, también la condición humana desaparece, pero es de motu propio. La anécdota también es simple: en escena vemos el pensamiento de la escritora y filósofa Simone Weil; y cómo sacrifico su existencia en pos de otros olvidándose de sus necesidades básicas. Una especie de Jean de Arc, contemporánea. 

 Así como le fue. 

Una característica sobresaliente de la pieza es la transformación que va teniéndo el diario de vida, en un registro del estado emocional de la Europa de entreguerras, con una aproximación certera sobre la estatura moral de los líderes gobernantes. Un ser apasionado del destino de la humanidad, que adhiere a su cuerpo los horrores y dolores de las guerras obsesionándose con estas tragedias, aparece cada cierto tiempo. 

Los seres que se han inmolado a nombre de la humanidad poseen la facultad del desprendimiento. Disocian sus necesidades humanas urgentes de sobrevivencia inmolándose por un otro humano genérico. 

El pensamiento de Simone Weil es desconocido para nosotros, pero hoy se nos aparece e interroga con una fuerza inusitada. Vino al mundo a ocuparse de los humanos, de los pensamientos y acciones de muchos humanos. Para conocerlos realizó múltiples labores, desde trabajos físicos duros hasta reflexiones intelectuales complejas; y con sus labores influencio el desarrollo de la psiquiatria analítica al extraer las problemáticas de ella y su entorno y elucubrar teorias al respecto. 

Ser mujer en un mundo que ha sido armado para solaz del hombre, no es fácil. Ya sea por una condición u otra, si te agreden o te autoainmolas, siempre el resultado es el mismo. Porque en el exilio se dejó morir de hambre. Porque al ocuparse cien por ciento de los otros, olvidó lo más importante: sus necesidades para sobrevivir y entre eso y la existencia cavernaria, es poco lo que se ha avanzado. 

Equipe reunida durante o 8º Festival Internacional Santiago OFF,
em janeiro deste ano. Crédito da Foto: Regina Peduzzi Protskof
OBRA: A Mulher Arrastada
Dirección: Adriane Mottola. Dramaturgia: Diones Camargo. Elenco: Celina Alcántara y Pedro Nambuco. Sonido Original: Felipe Zancanaro. Iluminación: Ricardo Vivian. Escenografía: Isabel Ramil, Zoé Degani. Fotografía: Regina Peduzzi Protskof. Diseño gráfico: Jessica Barbosa. Producción local: Diones Camargo, Regina Peduzzi Protskof. Producción circulación: Luísa Barros. 

OBRA: La Voluntad. Dramaturgia y Dirección: César Brie. Elenco: Manuel Vignau; Florencia Michalewicz. Vestuario: Andrea Bettaglio y Giancarlo Gentilucci. Iluminación: Daniela Vespa. Música: Pablo Brie. Producción: Banfield Teatro Ensamble; Campo Teatrales; César Brie; Larisa Rivarola Szabason. 


*Editor
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