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SEGUNDO CADERNO - ZERO HORA | 22/05/2012 | 07h06
Exército de um homem só
Diones Camargo firma-se como voz singular na dramaturgia do Estado
Autor de teatro de 32 anos escreveu para algumas das principais companhias gaúchas
Fábio Prikladnicki
Diones Camargo é uma figura rara na cena cultural do Estado.
Com 32 anos, trilhou o incerto caminho dos que resolvem escrever peças de teatro e fazer disso seu ofício. Em meio a uma pujante geração de jovens romancistas e contistas, ele decidiu fazer parte da descontínua tradição dos dramaturgos gaúchos.
> Leia entrevista com Diones Camargo
> Confira trechos inéditos de peças do dramaturgo
Com 32 anos, trilhou o incerto caminho dos que resolvem escrever peças de teatro e fazer disso seu ofício. Em meio a uma pujante geração de jovens romancistas e contistas, ele decidiu fazer parte da descontínua tradição dos dramaturgos gaúchos.
> Leia entrevista com Diones Camargo
> Confira trechos inéditos de peças do dramaturgo
Diferentemente de um escritor literário, o dramaturgo não tem como primeiro desafio publicar seus textos. Ele precisa, antes, convencer grupos e diretores a encenar suas peças para comprovar sua relevância. Diones pode se considerar bem-sucedido na tarefa. Escreveu para algumas das principais companhias do Estado. Atualmente, participa de um projeto do Porto Alegre Em Cena sobre a obra de Nelson Rodrigues.
Depois de experiências como ator na adolescência, Diones começou a escrever em 2003, época em que seus pais se separaram. A primeira peça a que assistiu foi A Gaivota, de Tchekhov, em 1994, no Porto Alegre Em Cena. Nascido em Alegrete, teve uma infância sem luxo e se mudou para a Capital com a família.
No currículo, estão dois prêmios de dramaturgia da Funarte. O primeiro deles resultou na encenação de sua primeira peça, Andy/Edie, em 2006, com direção de João de Ricardo, da Cia Espaço em BRANCO. A peça pela qual recebeu o segundo prêmio, em 2007, deverá ser publicada em Cuba, em uma coletânea de novos autores brasileiros.
No currículo, estão dois prêmios de dramaturgia da Funarte. O primeiro deles resultou na encenação de sua primeira peça, Andy/Edie, em 2006, com direção de João de Ricardo, da Cia Espaço em BRANCO. A peça pela qual recebeu o segundo prêmio, em 2007, deverá ser publicada em Cuba, em uma coletânea de novos autores brasileiros.
O dramaturgo foi indicado cinco vezes ao Prêmio Açorianos de Teatro da prefeitura de Porto Alegre. Jamais levou. Na cerimônia das peças estreadas em 2011, concorreu com duas, entre elas Hotel Fuck, espetáculo em três episódios da Santa Estação, sobre um menino que se torna serial killer, que Diones considera seu melhor texto até o momento:
– Não tenho mais interesse em participar daquele circo todo, exceto, talvez, quando seus organizadores passarem a destinar algum valor em dinheiro ao vencedor na categoria de dramaturgia, que é um alicerce tão importante quanto a direção e a atuação num espetáculo.
O próximo projeto é a mostra O Império da Felicidade Eterna, com textos, vídeos e fotos, em parceria com o artista Martin Heuser, a ser inaugurada em 12 de junho na Galeria La Photo, na Capital. Outra meta é concluir a graduação em Teatro na UFRGS, na qual ingressou em 2005. Diones não esconde a frustração pela ausência de um "núcleo de formação" em dramaturgia em Porto Alegre.
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Correio do Povo | 16/08/2012 | Arte e Agenda
Projeto estreita laços entre premiados no Braskem em Cena
Espetáculo vai homenagear Nelson Rodrigues com encenação de vencedores do prêmio
"Conexão Braskem em Cena" é um projeto inédito foi lançado na noite desta quinta-feira, no Santander Cultural, com a presença da comunidade artística e patrocinadores, dentro do 19º Porto Alegre em Cena, que ocorrerá em setembro, sob a coordenação de Luciano Alabarse. A iniciativa é patrocinada pela Braskem, que completa sete anos de parceria com o festival, premiando os talentos locais em cinco categorias (Espetáculo, Direção, Atriz/Bailarina, Ator/Bailarino e Espetáculo pelo Júri Popular).
A ideia surgiu a partir de uma provocação do diretor institucional da empresa, Rui Freire, no sentido de dar uma continuidade e fazer com que o Prêmio Braskem se tornasse um processo de aprendizagem. "Foi muito feliz reunir grupos de várias linguagens e um desafio focar esta sinergia e construir uma obra que é um sucesso à parte, no centenário de nascimento de Nelson Rodrigues", afirmou.
A proposta é construir um espetáculo baseado na obra do "anjo pornográfico", escrito por Diones Camargo, encenado pelos quatro vencedores do ano passado - Falos & Stercus, Santa Estação Cia. de Teatro, Teatro Satrcáustico e Caixa do Elefante - com a direção de Marcelo Réstori, Jezebel de Carli, Guadalupe Casal de Mário de Ballentti. "A proposta é que tenha impacto, com texto inédito, interpretado por grupos importantes, que há meses estão trabalhando juntos", diz Alabarse.
"Algumas cenas foram divididas e outras foram feitas juntas e levamos um tempo para exercitar o diálogo", contou Marcelo Réstori, do Falos & Stercus, que tem se afirmado pela fisicalidade e o uso de técnicas como o rapel. À frente da Cia. do Elefante, com 20 anos de trajetória, Mário de Ballentti, ressalta a variedade de linguagens do teatro gaúcho, percebida em festivais como o Cena Brasil, segmento Cena Gaúcha, que ocorreu em Goiânia e Brasília. "Talvez por estar longe do eixo Rio de Janeiro-São Paulo é que ainda persiste um trabalho de grupo, bom para desenvolver linguagens. Isto só se consegue após muitos anos, com uma indentidade", frisa. As reuniões tiveram início em fevereiro e em abril os 25 atores envolvidos cursaram oficina com o ator Nicolai Sergei, do Theatre du Soleil, sendo seguidos os ensaios, de maio até a estreia. Intitulado Os Plagiários: um Inventário Ficcional Sobre Nelson Rodrigues, o resultado será apresentado de 5 a 7 de setembro, no Centro Cenotécnico do Estado.
Para o autor desta montagem, o bacana foi realizar um antigo sonho, ao montar Nelson Rodrigues. Inicialmente chamado para fazer uma colagem de suas obras, Diones Camargo sugeriu "Vestido de Noiva", usando os três planos: alucinação, realidade e memória. Mas aos poucos decidiu que o repórter que está entrevistando o dramaturgo é um escritor sem talento: pesquisou tanto sobre ele, que tentou escrever uma obra com a mesma potência, mas não conseguiu, o que explica o título da peça. "Normalmente um diretor já dá trabalho, e quatro é muito pior", declarou. "Escrevo para teatro e estamos falando do representante maior do teatro brasileiro, com toda a justiça", concluiu.
Fonte: Vera Pinto/Correio do Povo
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ZERO HORA - Segunda, 05 de Dezembro de 2011
DIVULGADOS OS INDICADOS AO PRÊMIO AÇORIANOS DE ARTES CÊNICAS
Os Melhores Nos Palcos
Hotel Fuck / Foto: Fernanda Chemale |
O anúncio foi realizado nesta segunda-feira em cerimônia no Teatro Renascença, na Capital
Em cerimônia realizada na noite desta segunda-feira (05/12) no Teatro Renascença, em Porto Alegre, foram divulgados os indicados ao Prêmio Açorianos de Teatro e de Dança, ao Troféu Tibicuera de Teatro Infantil e ao Prêmio Mais Teatro Revelação (lançado este ano para contemplar os espetáculos participantes dos projetos Novas Caras e Teatro Aberto).
Com 10 indicações, a peça Hotel Fuck, dirigida por Jezebel de Carli, é a que concorre no maior número de categorias no Açorianos de Teatro, seguida de e O Mapa_, de Tatiana Vinhais e O Fantástico Circo-teatro de um Homem Só, de Patrícia Fagundes, com Heinz Limaverde (ambas com 9 indicações); e A Tecelã, de Paulo Balardim, com Carolina Garcia (8 indicações) e A Mulher Sem Pecado, de Caco Coelho e Beto Russo (7 indicações).
Três espetáculos têm seis indicações ao Açorianos de Dança: Cem Metros de Valsa e Um Grama, de Maria Waleska van Helden (direção de Decio Antunes); Cinderela Fashion Week, de Diego Mac e Alessandra Chemello; e Eros + Psiquê, de Ana Claudia Pedone e William Freitas. Já Solo em Água Fervente, de Luciana Hoppe, chega com cinco indicações.
O destaque entre os concorrentes ao Troféu Tibicuera de Teatro Infantil é A Cãofusão – Uma Aventura Legal pra Cachorro, com direção de Lúcia Bendati, que obteve 12 indicações. Depois vêm Louça Cinderella, dirigido por Liane Venturella (sete indicações); Piratas, de Airton de Oliveira (seis indicações); e O Baú – Lembranças e Brincanças, de Fábio Castilhos (cinco indicações).
Uma Fada no Freezer é destaque entre os indicados a melhor espetáculo no Prêmio Mais Teatro Revelação, concorrendo em três categorias.Confira a lista completa dos indicados clicando AQUI:
Principais indicações ao Prêmio Açorianos de Teatro 2011:
ESPETÁCULO
> A Mulher Sem Pecado
> A Tecelã
> Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese pode te Matar
> O Mapa_
> O Fantástico Circo-teatro de um Homem Só
DIREÇÃO
> Caco Coelho e Beto Russo (A Mulher Sem Pecado)
> Daniel Colin (Breves Entrevistas com Homens Hediondos)
> Jezebel de Carli (Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese pode te Matar)
> Patrícia Fagundes (O Fantástico Circo-teatro de um Homem Só)
> Paulo Balardim (A Tecelã)
DRAMATURGIA
> Daniel Colin e Felipe Vieira de Galisteo (Breves Entrevistas com Homens Hediondos)
> Diones Camargo (Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese pode te Matar)
> Patrícia Fagundes e Heinz Limaverde (O Fantástico Circo-teatro de um Homem Só)
> Paulo Balardim (A Tecelã)
> Diones Camargo e Tatiana Vinhais (O Mapa_)
ATRIZ
> Claudia Lewis (A Bilha Quebrada)
> Francine Kliemann (O Mapa_)
> Larissa Sanguiné (Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese Pode te Matar)
> Manoela Wunderlich (O Mapa_Casarão 363)
> Vanessa Garcia (A Mulher Sem Pecado)
ATOR
> Daniel Colin (Breves Entrevistas com Homens Hediondos)
> Denis Gosch (Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese pode te Matar)
> Heinz Limaverde (O Fantástico Circo-teatro de um Homem Só)
> Luis Franke (A Bilha Quebrada)
> Rossendo Rodrigues (Breves Entrevistas com Homens Hediondos)
ATRIZ COADJUVANTE
> Ariane Guerra (Tartufo)
> Áurea Baptista (Mulheres Pessegueiro)
> Gabriela Greco (Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese pode te Matar)
> Larissa Tavares (A Bilha Quebrada)
> Vika Schabbach (Ifigênia em Áulis + Agamenon)
ATOR COADJUVANTE
> Carlos Cunha Filho (Ifigênia em Áulis + Agamenon)
> Jeffie Lopes (Hotel Fuck – Num Dia Quente a Maionese Pode te Matar)
> Marcos Chaves (Tartufo)
> Mauro Soares (Ifigênia em Áulis + Agamenon)
> Pablo Damian (O Mapa_)
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CORREIO DO POVO - Sábado, 19 de Fevereiro de 2011:
Por Vera Pinto
Há cinco anos entrava em cartaz o primeiro trabalho para teatro de Diones Camargo, que tem produzido de forma contínua e intensa para os mais diferentes grupos de Porto Alegre, em variadas linguagens e temáticas, demonstrando sua versatilidade. "As pessoas dizem o que querem e eu vejo como posso colaborar com seus projetos", diz o dramaturgo de 30 anos, que em 2011 pretende reunir seus textos numa coletânea e verá algumas de suas criações nos palcos. O ponto de partida é o mais diversificado possível para não se tornar repetitivo, mas a metáfora central fala basicamente de escolhas e decisões.
Ele começou escrevendo contos e roteiros para cinema e emplacou "Andy/Edie", a saga de Andy Warhol atrás da fama, montada pela Cia. Espaço em Branco, em que focava a relação do ícone da pop art com a modelo Edie Sedgwick, que teria que optar entre a amizade com o artista e a conturbada relação com Bob Dylan. Em 2008 veio "Parque de Diversões", em coautoria com Marcos Contreras, sobre um homem depressivo, que trancado em seu apartamento, decide se matar; e "Buarqueanas", a partir da obra de Chico Buarque. No ano seguinte, a multimídia "Teresa e o Aquário" proporcionou uma viagem sensorial com elementos da performance art. Na comédia de humor negro sobre Porto Alegre, "Peça Comercial", que pretende retomar neste ano, se inspira em Woody Allen, ao trazer um autor em crise, às voltas com uma proposta para fazer uma comédia, que odeia. Conforme vai alterando, vai se tornando engraçado e descaracterizando o que até então, considerava obra-prima.
Mas foi em 2010 seu momento áureo, com "Peru, NY", de volta a cartaz na metade deste ano, assim como "Hotel Fuck", em maio. A primeira é dirigida por Tati Vinhais e Ian Ramil a partir da adaptação de "Peru" com partes do roteiro de "Sinédoque Nova York", e a outra, por Jezebel de Carli, que lhe pediu uma peça em três partes, com influência de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. Tem ainda "O Mapa_", que em breve retornará no Tepa e no DAD, baseada em "O Céu que Nos Protege", também de Tatiana Vinhais, que divide a plateia em dois caminhos, a partir do ponto de vista dos personagens. E, finalmente, "9 Mentiras Sobre a Verdade", que rendeu o Prêmio Açorianos de Atriz para Vanise Carneiro, no papel de uma mulher em busca de sua identidade. Atualmente, o aluno de Licenciatura em Artes Cênicas no Departamento de Artes Dramáticas da Ufrgs está envolvido na adaptação de "1984", de Orwell, transpondo para hoje o impacto do homem soterrado por uma sociedade repressora, no projeto de Jezebel de Carli. "Faço com que as pessoas percebam que o dramaturgo é responsável pela organização das coisas que os atores ou diretores querem falar", diz.
Para ler a matéria no site do jornal, clique aqui.
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ZERO HORA - Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2008
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por Carlos André Moreira
Em seu primeiro trabalho autoral como dramaturgo, o estudante de Arte Dramática e ator Diones Camargo, 28 anos, conquistou elogios, prêmios e bons públicos com a peça teatral Andy/Edie, uma fábula pop sobre o underground nova-iorquino que usava como fio condutor a tumultuada relação entre a modelo e diva Edie Sedgewick e o guru da pop art Andy Warhol.
Dirigida por João Ricardo, a peça chegou a fazer parte da seleção do Em Cena deste ano e foi agraciada com o Prêmio Funarte de Dramaturgia. A produção, contudo, quase foi abandonada no meio do caminho devido a uma incrível coincidência. Quando começou a trabalhar no texto, já com a ajuda do amigo e também encenador Marcos Contreras, Diones ficou sabendo que o diretor Mike Nichols estava produzindo, nos Estados Unidos, o filme Factory Girl, que traria Sienna Miller no papel de Edie, Guy Pearce no papel de Warhol e retrataria não só o mesmo período como também vários dos mesmos episódios.
– Na hora liguei para o Contreras e disse: acabou a peça. Com o tempo que se leva com ensaios, montagem, a gente acabaria estreando junto com o filme e não haveria jeito de convencer ninguém de que era uma coincidência, achariam que era cópia, pura e simples. Aí o Contreras me disse para encarar como se eu estivesse de alguma forma conectado ao inconsciente coletivo e continuar a escrever – conta.
Diones antecipou a conclusão do texto e, ao mesmo tempo, a produção do filme e sua estréia no Brasil sofreram alguns atrasos que possibilitaram à peça estrear e fazer carreira no Estado antes de o filme chegar por aqui. Agora, Diones tem até o meio do ano para concluir o projeto vencedor da bolsa Funarte de dramaturgia: Elevador, uma peça que, nas palavras do próprio autor, "cruza Blade Runner com leituras de Batman e Samuel Beckett".
– Gosto de fazer esse cruzamento de referências, trabalhar com esses elementos da minha formação como artista.
Nascido em Porto Alegre, onde morou por anos e onde fez o que considera sua formação intelectual, Diones estuda Arte Dramática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas já tem uma carreira como ator. Também escreve contos rápidos de humor nonsense por enquanto inéditos, mas os quais pretende reunir em livro e publicar até o fim do ano. Foi a redação dessa prosa bem humorada um dos elementos que ajudaram Diones a mapear seu caminho na forma teatral, já que o autor se lançou à produção de textos para teatro por intuição, sem qualquer espécie de curso ou orientação anterior.
– Juntávamo-nos, eu e uns amigos, na casa de um de nós e lá fazíamos alguam brincadeira do tipo: "tá, cada um agora escreve um conto sobre, sei lá, uma garçonete", e ao final a gente lia e comparava, e saíam coisas muito engraçadas. Esses encontros foram uma espécie de oficina informal que me ajudaram a ir encontrando uma voz para o meu trabalho.
Quando estiver pronta, Elevador será a terceira peça de Diones Camargo encenada. A segunda, Parque de Diversões, estréia em março no Espaço Cultural do bar Ocidente, na Capital. Também produzida em colaboração com Contreras, que desta vez será o diretor, o texto flagra um homem que há semanas não sai de casa, trancado em um apartamento ao lado do qual há um parque de diversões, cujo som de risos e crianças o perturba profundamente.O autor também se prepara para ir a São Paulo acompanhar uma montagem de Andy/Edie feita por lá, dirigida por Florência Gil, que deve estrear em abril.
Elevador
* A peça traz três personagens principais.
* Dois deles estão o tempo todo em um elevador em direção ao topo de um edifício para o qual todos os ocupantes do prédio estão se dirigindo para observar um cataclismo de origem incerta que está acontecendo do lado de fora.
* A terceira personagem é uma mulher que trabalha em um escritório e começa a reavaliar suas escolhas até ali.